A tão aguardada atualização da rede Ethereum já tem data para acontecer: entre os dias 15 e 16 de setembro de 2022, deverá ocorrer a mudança que poderá resultar em um hard fork da rede e obrigar investidores brasileiros a declarar. Você sabe como declarar o provável fork do The Merge na Ethereum? Neste artigo, falamos sobre o impacto da Ethereum 2.0
Adriana Schilling
Você está preparado para a nova era da Ethereum?
Atualmente, a blockchain da Ethereum opera no modo PoW (Proof of Work), ou “prova-de trabalho”. Neste modelo, a validação das transações da rede é feita a partir de cálculos matemáticos que são resolvidos pelos “nós” (computadores) que estão ligados à rede. Aquele que “resolve” o problema antes, valida e executa o bloco de transações e recebe uma recompensa por isso. É um sistema seguro e confiável porém, mais lento e mais caro, pois a medida que a complexidade destes cálculos matemáticos aumenta, é necessário um consumo energético maior para processar estes dados.
Após o The Merge, a rede Ethereum passará a adotar o sistema PoS (Proof-of-Stake) ou “prova de participação”. Neste modelo, para validar e executar o bloco de transações na rede, os mineradores “votam” pela validade ou não de determinada transação. Cada voto vale proporcionalmente à quantidade de Ethers colocados em garantia (“at stake”) pelos mineradores, o que funciona como uma espécie de prova da veracidade do seu voto, pois o minerador que votar em discordância da maioria dos votos poder ser penalizado com a perda dos Ethers que colocou em garantia da transação. Isso muda completamente os incentivos de validação da rede e, de certa forma, pode aumentar a centralização da blockchain da Ethereum.
O “The Merge”, que tem este nome porque será resultado da fusão entre duas camadas da rede Ethereum – a Mainnet, rede principal, e a Beacon Chain, que já utiliza o mecanismo de prova de participação – tem data prevista para entre os dias 15 e 16 de setembro e é possível acompanhar a contagem regressiva para o evento em diversos sites, como no Etherscan.
Impacto de um “Triplo Halving”
Para entender a importância do The Merge e porque os investidores estão otimistas com a atualização, analistas apontam que esta atualização pode ser equivalente a um “triplo halving” do Bitcoin. Para quem ainda não conhece, a cada 4 anos, a dificuldade de mineração de um novo Bitcoin aumenta de forma significativa, diminuindo pela metade a produção de novos Bitcoins pelos mineradores. Tal evento é denominado “halving” e tem impacto substancial no preço do Bitcoin, com a redução da oferta de novos Bitcoins. Pela lógica econômica de que o preço é determinado pela oferta e pela demanda, como cada vez menos Bitcoins são emitidos no mercado, seu preço tende a valorizar após os halvings.
No caso do Ether, atualmente são emitidos 13.000 novos Ethers por dia. Após o The Merge, porém, esse número cairá para aproximadamente 1.300. Seria o equivalente a TRÊS HALVINGS (!) do Bitcoin em uma única atualização. É apenas uma estimativa, mas considerando esses fatores, podemos considerar um aumento expressivo no valor do Ether nos dias e meses subsequentes à fusão.
É um marco muito significativo e que não passará despercebido pelo mercado de ativos digitais. Alguns especialistas especulam que devido a isso, o valor de mercado do Ether poderá ultrapassar até mesmo o valor de mercado do Bitcoin, devido à sua maior usabilidade.
O risco de um fork
É possível que nem todos os mineradores atuais da rede Ethereum concordem com a atualização e isso leve a uma divisão da Ethereum atual em duas redes diferentes, causando um “fork”. De um lado, há quem diga que uma divisão assim não sobreviverá, uma vez que não terá suporte das principais stablecoins e nem de diversas soluções de DeFi como a DeBank, por exemplo, que afirma que nenhum de seus produtos suportará qualquer token originário de uma eventual bifurcação da rede Ethereum. O próprio criador da Ethereum, Vitalik Buterin, pediu aos entusiastas da Proof-of-Work (“prova de trabalho”) que apoiem o fork que já existe da rede Ethereum, o Ethereum Classic, ao invés de promover um novo hard fork que parece interessar principalmente àqueles que pretendem ganhar dinheiro rápido vendendo os novos tokens emitidos com o fork.
De outro lado, há os acreditam que após a implantação do The Merge, as hard forks serão necessárias e, já se preparam para isso: a BitMex e Huobi já anunciaram que listarão tokens de hard fork da Ethereum caso eles sejam criados. Para que isso ocorra, é necessário que tanto os usuários quanto as corretoras adotem ambas as redes. Foi o que fez Justin Sun, proprietário da Poloniex: adquiriu USD 1 milhão em Ethers, que será utilizado para patrocinar a nova rede, caso o hard fork seja bem sucedido.
Mineradores também apostam em um hard fork consolidado, uma vez em que a mudança para Proof-of-Stake afeta o retorno do alto investimento que já fizeram em máquinas de última geração e com poder computacional suficiente para resolver os cálculos matemáticos e validar as transações na rede.
Seja como for, não deixe de declarar
O investidor brasileiro precisará declarar o recebimento de novos tokens, caso ocorra um fork da rede Ethereum. Este tipo de transação é uma aquisição originária de acordo com a tipologia da Receita Federal e será necessário informá-la na declaração mensal de criptoativos (IN 1.888).
Parece complicado, mas fique tranquilo! A Fiscal Cripto é a ÚNICA plataforma do Brasil que possui integração automática com as carteiras não-custodiadas da rede Ethereum e você pode contar com nosso time de especialistas para declarar o The Merge de maneira correta. Você já integrou suas redes de blockchain na Fiscal Cripto? Valide suas operações e invista no que você tem de mais valioso: seu tempo!
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