A intensificação da tensão geopolítica no Oriente Médio, após ataques dos Estados Unidos contra o Irã, provocou forte reação nos mercados globais. O petróleo disparou, os índices acionários recuaram e, mais uma vez, o Bitcoin foi colocado à prova como possível reserva de valor em cenários de instabilidade.

A criptomoeda chegou a perder força no início da crise, mas no domingo (23), voltou a se sustentar acima dos US$ 100 mil, sinalizando resiliência em meio à turbulência global.


Petróleo em alta e pressão nos mercados

A reação imediata dos mercados à ofensiva norte-americana sobre o Irã foi marcada por uma escalada no preço do barril de petróleo tipo Brent, que alcançou a cotação de US$ 75.

Esse movimento impacta diretamente os custos logísticos, pressiona a inflação global e reduz o apetite por ativos de risco.

Ao mesmo tempo, bolsas dos EUA e da Ásia registraram quedas. O clima de aversão ao risco se intensificou, reforçando o comportamento defensivo dos investidores.


Bitcoin em compasso de espera

Enquanto altcoins sofreram perdas mais acentuadas, o Bitcoin apresentou sinais de resistência:

  • A cotação caiu brevemente para abaixo de US$ 99.000, mas se recuperou e voltou à zona dos US$ 100.000
  • Apesar da instabilidade global, o ativo se mantém acima de suportes técnicos importantes

Analistas apontam que o Bitcoin está em uma zona técnica de decisão, e que o comportamento dos investidores institucionais nos próximos dias pode ser determinante para o rumo do mercado.


Bitcoin é refúgio ou ativo de risco?

A dúvida volta à tona sempre que o mercado enfrenta choques externos: o Bitcoin é uma proteção ou uma aposta arriscada?

  • Em ciclos anteriores, o BTC já foi visto como ativo anticrise, sendo comparado ao ouro digital
  • Mas sua alta correlação com ações de tecnologia nos últimos trimestres reforça sua natureza ainda volátil
  • A dúvida persiste especialmente em momentos de tensão militar, quando o mercado busca liquidez

No atual cenário, o BTC se mostra menos frágil que outros ativos digitais, mas ainda longe de ser consenso como porto seguro.


E o que o investidor deve observar agora?

O momento exige prudência e leitura cuidadosa dos sinais macroeconômicos. Alguns pontos de atenção:

  • Movimento dos preços do petróleo, que afetam diretamente inflação e juros globais
  • Comportamento dos ETFs de Bitcoin nos EUA, que influenciam a liquidez do mercado

Para quem investe em criptoativos, a estratégia deve equilibrar exposição, diversificação e foco no longo prazo especialmente em um ambiente de guerra e incerteza política.