O mercado imobiliário dos Estados Unidos pode estar prestes a passar por uma transformação histórica!

A Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA) ordenou que as gigantes Fannie Mae e Freddie Mac que são empresas patrocinadas pelo governo dos Estados Unidos que desempenham um papel central no sistema de financiamento imobiliário do país, comecem a se preparar para considerar criptomoedas como ativos válidos em financiamentos imobiliários. A medida marca o primeiro passo concreto do governo norte-americano na direção de integrar ativos digitais ao sistema federal de hipotecas.

O anúncio foi feito pelo diretor da FHFA (Agência Federal de Financiamento Habitacional), William Pulte, que, em publicação oficial, afirmou que a diretriz está em “alinhamento com a visão do presidente Trump de tornar os EUA a capital cripto do mundo”. A ordem exige que as instituições avaliem como o uso de criptoativos pode influenciar os critérios de qualificação para hipotecas, ampliando o acesso à moradia e modernizando a análise de risco de crédito.

Paralelamente a decisão do governo, o executivo Michael Saylor, fundador da Strategy e defensor público do Bitcoin como reserva de valor, formalizou o envio de um modelo alternativo de avaliação de crédito à FHFA. O modelo, chamado BTC Credit Model, propõe que o Bitcoin seja usado diretamente como parâmetro de análise, substituindo os tradicionais balanços bancários e históricos financeiros por critérios baseados na blockchain.

A metodologia inclui três pilares principais:

  • BTC Rating: mede a cobertura das dívidas da empresa pelas suas reservas em BTC;
  • BTC Risk: avalia a volatilidade do Bitcoin e o impacto potencial no risco de crédito;
  • BTC Credit: define o spread teórico com base no desempenho do ativo.

Segundo Saylor, o modelo permite uma análise de crédito mais transparente, objetiva e adaptada a uma economia digital descentralizada. Ele declarou: “Ela mede risco e crédito com base em uma reserva de valor imune à inflação.”

A movimentação vem na esteira da estratégia agressiva da própria Strategy, que já acumula 592.345 BTC, avaliados em mais de US$ 62 bilhões, com mais de US$ 20 bilhões de lucro não realizado. Nesta semana, a empresa revelou ainda a compra de mais 245 BTC, reforçando sua confiança na valorização do ativo no longo prazo.

O interesse da FHFA e a abertura à proposta de Saylor sugerem uma possível ruptura nos modelos tradicionais de financiamento. A inclusão do Bitcoin em hipotecas pode não apenas diversificar as garantias aceitas, como também acelerar a adoção institucional das criptomoedas, criando um precedente global para a integração dos ativos digitais ao sistema financeiro.

Se implementada, a mudança tornaria os EUA o primeiro país do mundo a adotar oficialmente criptomoedas como critério na concessão de crédito imobiliário. A medida também abriria espaço para novos produtos financeiros baseados em ativos digitais, exigindo atualizações nas práticas de segurança, compliance, custódia e tributação.

Conclusão

A iniciativa dos Estados Unidos de integrar o Bitcoin aos critérios de avaliação para hipotecas, tanto por meio da proposta oficial de Michael Saylor quanto da diretriz da FHFA às gigantes Fannie Mae e Freddie Mac, representa um marco para o setor financeiro global. Assim como ocorreu com os ETFs de Bitcoin cuja aprovação no mercado americano influenciou diretamente sua adoção em países como Brasil e Alemanha, esse movimento abre um precedente poderoso para que outras nações passem a considerar criptoativos como componentes legítimos de crédito e patrimônio.

No Brasil, a discussão sobre o uso institucional do Bitcoin também avança, como demonstrado pela proposta de criação de uma Reserva Estratégica Soberana de Bitcoin (RESBit). A abertura norte-americana para o uso de criptoativos em garantias hipotecárias pode reforçar o argumento de que ativos digitais têm potencial para integrar políticas públicas e sistemas financeiros oficiais, com segurança e transparência.

Se essa tendência se consolidar, podemos estar diante do início de uma reconfiguração profunda no mercado global de crédito, investimentos e gestão patrimonial, impulsionada pela maturação da economia digital e pelo avanço da regulação responsável.